Daniella Cor Flamarion
2 min readFeb 21, 2022

Carta aos emocionados

Eu sou bem emocionadinha. Eu já chorei assistindo ao pôr-do-sol algumas vezes, eu fecho os olhos quando sinto um ventinho fresco, eu choro em todos os filmes que são de chorar, eu marejo os olhos com um tanto de coisas… Eu sinto um taaaanto de coisas, sempre senti. E é um tanto tão grande que eu acho que comecei a escrever desde cedo pra poder lidar com isso, com esse sentir que não acaba, que não sossega.

Eu escrevo agora depois de me emocionar com o texto que escrevi agora pouco, em que eu contava sobre como as mulheres da minha família abriram caminho para que eu fosse quem eu sou hoje. Como elas ergueram a fundação dessa casa de solo firme em que eu piso com segurança hoje. E isso me emociona. Me emociona profundamente, é uma sensação física no meio do peito, uma vontade de chorar, de abraçar, de agradecer e de novo, de escrever.

Eu escrevo este pós-texto para tentar superar o anterior e fico pensando se haverá um próximo porque nessa toada é capaz de precisar.

O que acontece se eu sentir e ficar com isso aqui no peito? Fica tudo bem. Eu posso também transformar esse sentir em gratidão. Em aproveitar a presença dessas mulheres que ainda estão na minha vida e tentar sorver cada pedaço do nosso convívio, eternizar a sensação gostosa que é ouvir a risada da minha avó e comer o arroz fresquinho da minha mãe.

Escrever é um exercício também de eternizar a emoção. De dar contorno a ela e de registrá-la. Escrevendo eu me recordo do que é sentir, do por que sinto, de pra que sinto e posso revisitar minha caixinha de emoções quando quiser.

Eu escrevo e continuo sentindo e me emocionando tanto! Quem sabe isso aqui não seja um exercício de aprofundar emoções e não de fazê-las passar?

Daniella Cor Flamarion

Empreendedora e escritora. Cofundadora da Fair&Sale, autora de Poemas e Plantas, mãe do Ravi e do Noah. Entrepreneur, writer and mom. Cofounder at Fair&Sale.