Meus filhos na minha cidade natal
Semana passa levei meus filhos para conhecer minha cidade natal, Votuporanga. Fica no interior de São Paulo, a mais de 600 km da capital. Uma cidade gostosa, de quase 100 mil habitantes onde o calor é intenso, mesmo no inverno, e o apelido de “cidade das brisas suaves” parece uma piada de mal gosto porque o vento parece ter se esquecido de passar por ali. Só restou o sol a pino e o calor intenso quase o ano todo.
Votuporanga foi onde eu nasci. Onde meus pais viveram e se conheceram. Foi onde morei nos meus primeiros anos de vida e onde frequentei por anos as casas dos meus avós e bisavós. Votuporanga é um capítulo importante na história da minha vida e apresentá-la aos meus filhos foi mais legal ainda do que eu pensei.
Ravi tem 4 anos e Noah 2. São meninos alegres, espertos e bagunceiros. Bem bagunceiros. Eu estava morrendo de medo de como seria a viagem longa, os dias atribulados fora de casa, as noites no hotel. Em 4 dias de viagem, eles me surpreenderam em cada momento. É como se Votuporanga fosse uma grande Disneylândia. Um lugar mágico e especial onde tudo é maravilhoso. A praça da igreja, o sorvete na casquinha, o lanche “podrão”, a garagem da avó, as bacias de alumínio, o chão de terra e os jabutis no quintal. Tudo era mágico pra eles. Como foi pra mim.
Eu que achava que dois meninos criados em Santos e São Paulo — em meio a parques de trampolim e cinemas 3D — não se impressionariam com a vida simples no interior… Foi como se Ravi e Noah soubessem que eles pertenciam também àquela cidade. Como se eles fossem um pouco votuporanguenses, como eu sou, como se eles estivessem só esperando para assumir o papel que lhes é de direito dentro da família.
Demorei quase 5 anos desde a última vez que estive lá — fui grávida do Ravi e depois não voltei mais. Não cometo mais esse erro; daqui alguns meses estaremos de volta, mais uma chance para que eu perceba a riqueza da minha origem e pra que meus filhos criem memórias gostosas.
